Retirando o pequeno circulo em que nos movemos, (família, amigos, conhecidos), para os outros somos invisíveis o tempo todo. Nas decisões que tomamos, na amálgama de opiniões que emitimos, nas relações com as empresas ou serviços onde trabalhamos, somos tão impessoais como toda a gente.
Aqui, enquanto invisíveis digamos assim, podemos ver sem ser vistos, ouvir e opinar sobre o que não nos diz respeito, navegar e entrar em todo lado, sem sermos alvo de nenhum tipo de exposição. Aqui somos todos "perfis", números, com funções absolutamente substituíveis e completamente desconhecidos uns dos outros. O nosso instrumento de medida, são contadores visitas e comentários.
Mas há sempre quem não se conforme com a invisibilidade, quem a encare como desgraça e eleja a visibilidade como valor. Não ter cara, não ter corpo, mesmo sendo herói é inquietante. Daí que sonham, aspiram e lutam por uma visibilidade qualquer, nem que seja por 5 minutos, nem que seja pela negativa, nem que seja inglória e absurda. E o que resulta daqui? visibilidades bizarras, verdadeiras metáforas da pessoa visível em versão invisível. A esses eu gostava de lembrar que existe um fora de nós e um dentro de nós, se o que está por fora e importante, o que está dentro acompanha-nos 24 horas por dia.
Muito mais estranho que navegar para ver e ser visto, é esta curiosa modalidade que alguns têm de se mostrar para nada.